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Para fazer este caminho de uma forma agradável, curtindo a paisagem,
conversando com as pessoas e aproveitando as cidades por onde passar recomendo
percorrer o caminho de bicicleta em 7 dias, algumas pessoas podem fazêlo
em 4 , isso depende do um preparo físico de casa um. Mas, nese
caso, você curtirá menos a viagem.
1º
dia – Tambaú-Casa Branca-Vargem Grande do Sul – 77
km
Até Casa Branca são 35 quilômetros, com 570 metros
de desnível de altitude. Quase todo por trilhas, em meio a plantações
de batata, laranja, canaviais e cafezais. No meio do caminho uma igrejinha
no meio do nada chama a atenção. A igreja de Luis Pedreiro
foi construída em 1900 por imigrantes italianos.
De Casa Branca até Vargem Grande são mais 32 quilômetros,
com 350 metros de desnível de altitude, saindo de Casa Branca percorremos
6 quilômetros pelo asfalto e depois o caminho novamente segue por
trilhas e estradinhas de terra.
A cidade de Vargem Grande tem uma boa infra-estrutura, com bancos, hotéis
e restaurantes.
2º dia: Vargem Grande-Águas da Prata
– 45 km
Um trecho com bastante subida e também descidas radicais. A paisagem
fica bem diferente do dia anterior, estamos entrando na região
da Serra da Mantiqueira, lindas, paisagens, principalmente durante as
descidas. O caminho é bem aberto, se o sol estiver forte a coisa
pode pegar. Após muita subida e descida passamos pela pequena cidade
de São Roque da Fartura. Seguindo as setas amarelas atravessamos
a cidade até chegar a um asfalto. Se por acaso estive meio cansado,
a dica é seguir a direita pelo asfalto subindo. No fim da subida
encontramos novamente com a sinalização do caminho. A opção
em frente, pela terra é para passar em frente uma pousada. Além
da volta ser maior a subida é bem forte e volta de novo para o
mesmo asfalto. É bom lembrar que ainda tem mais subida pela frente.
A recompensa de todo o esforço é a chegada em Águas
da prata é sensacional, uma descida inesquecível!
3º dia: Águas da Prata- Andradas –
32 km
De bike a dica é subir pela estrada que vai para o pico do gavião,
pois se seguir pelo caminho dos caminhantes, vai ser só empurra
bike. Após cinco quilômetros e meio encontramos novamente
com a sinalização do caminho. Até o quilômetro
12, pequenas subidas se alternam com pequenas descidas. E não deixe
de parar aí (km 12) na ponte de pedra, um lugar muito bonito e
de muita paz, é a parada obrigatória dos peregrinos. A partir
daí a subida fica mais constante. Vamos passar pela entrada da
estrada que leva até o Pico do Gavião, que é bastante
conhecido no meio do pessoal do vôo livre. Após a divisa
de estados (sempre que entramos em um município uma placa do caminho
indica, sempre com informações da cidade como população,
o que produz...) subimos mais um pouco até o início da descida.
Fique atento para não passar direto, pois antes de chegar à
pousada do Pico do Gavião no fim da descida, o caminho desvia para
a direita. Se por acaso errar o caminho sai também na cidade, mas
este desvio é um dos trechos mais bonitos do roteiro. Só
cuidado, pois a descida é bem radical, com muitas pedras e muito
técnica.
4º
dia: Andradas-Ouro Fino- Inconfidentes- Borda da Mata – 75 km –
1275 de desnível.
Quando
você estiver em Andradas e souberem que você está percorrendo
o Caminho da Fé, todos vão comentar, tem a subida da Serra
dos Lima. É um terrorismo, que dá medo, mas logo passa após
atravessarmos o trecho. Subida mesmo, forte são dois quilômetros
na Serra dos Lima. Para frente virá coisa muito pior! Curta a bela
paisagem. A
chegada em Ouro Fino é bem legal, pois logo quando avistamos a
cidade uma imensa estátua de um menino na porteira dá as
boas vindas aos visitantes. Quem não escutou a música sertaneja
de Sérgio Reis “o menino da porteira”, se tornou o
símbolo da cidade. Se você for carimbar a credencial do peregrino
na igreja, se prepare para subir, pois a igreja fica bem no alto, a cidade
fica em um morro, inclusive as meninas de lá tem fama de ter as
pernas grossas de tanto subir os morros da cidade.
Seguindo
as flechas amarelas, nosso próximo destino final é a cidade
de Borda da mata, distante a 30 quilômetros, antes passa pela pequenina
e simpática cidade de Inconfidentes. Não deixe de carimbar
o passaporte no Bar do Maurão, é uma pessoa bastante simpática
e já bastante conhecido entre os peregrinos. A pedalada até
lá é uma das mais agradáveis de pedalar por todo
o caminho, uma gostosa estradinha de terra, que liga as duas cidades,
com muita descida. De lá até Borda da Mata vamos ter algumas
subidinhas, mas isso próximo da cidade que é conhecida como
a cidade dos pijamas. Recentemente a igreja local se tornou um Santuário,
orgulho para a cidade.
5º
dia - Borda da Mata-Tocos do Moji - Estiva – 38 km – 1255
de desnível
Com
certeza o trecho mais difícil de todo o trajeto. Até a cidade
de Tocos do Moji as subidas são intermináveis. Uma dica
para cortar legal estas subidas é seguir pela estrada Borda Tocos,
que também é de terra. Com certeza suas pernas vão
agradecer. Em tocos do Moji não deixe de comer o pastel de farinha
na pastelaria na rua principal da cidade (a cidade é praticamente
uma rua). De tocos do Moji até Extrema é um verdadeiro “Rompe
Pernas”. Resumindo é muita subida. Tem trechos inacreditáveis
onde você sobe, sobe e sobe, aí após despencar morro
abaixo subimos tudo novamente.
6º dia – Estiva- Consolação-Paraisópolis-São
Bento do Sapucaí– 62 km – 1192 m de desnível.
De
Estiva até Paraisópolis, são 40 quilômetros
com 892 metros de desnível, bem pesado, pois tem uma outra montanha
“rompe pernas” para atravessar. Saindo de Estiva, seguindo
as flechas amarelas nos postes, vamos atravessa a Rodovia Fernão
Dias pela Passarela. Neste trecho cuidado para não se confundir,
pois umas setas azuis indicam Caminho, deve ser algum caminho concorrente.
A serra que atravessamos antes de chegar a Consolação é
dura, mas a paisagem mostra que a Serra da Mantiqueira é um local
maravilhoso, parecemos estar no topo do Brasil. Inesquecível. A
descida até a cidade de Consolação é bastante
forte e perigosa, muito cuidado. Após passar pela cidade de Consolação
a dica é esquecer as flechas amarelas e seguir pela estrada principal
até Paraisópolis, sempre na estrada principal. Pois seguindo
pelo caminho a volta é grande e as subidas são insanas,
não vale a pena e não acrescenta em nada.
De
Paraisópolis até São Bento do Sapucaí o trajeto
é bem mais tranqüilo, percorremos uns 6 quilômetros
pelo Asfalto e depois o caminho desvia por uma gostosa estradinha de terra.
O ponto alto neste trecho é a linda vista da Pedra do Baú,
quando estivermos bem próximos da cidade de São Bento.
7º
dia – São Bento do Sapucaí-Sapucaí Mirim- Santo
Antônio do Pinhal- Aparecida – 75 km
No
último dia de pedal é uma jornada na maior parte com trechos
pelo asfalto. Subida mesmo, somente até Santo Antônio do
Pinhal, mas nada parecido com o que passou. O que predomina neste dia
é a grande quantidade de descidas e retas. O grande lance é
poder chegar a Aparecida antes do fim da tarde, pois a chegada na basílica,
em meio à multidão de fiéis é algo que emociona.
De
São Bento até Sapucaí Mirim, a dica é esquecer
as flechas amarelas e seguir pelo asfalto até a cidade, são
mais ou menos 6 quilômetros, pois com isso desviaremos de outra
montanha “Rompe Pernas” que também não nos acrescenta
em nada. Se estiver bem de pernas aí à coisa é diferente,
siga as flechas amarelas. Passando Sapucaí Mirim o caminho segue
pelo asfalto, por uns 5 km até o Bairro da Ponte, onde desviamos
por uma estradinha de terra, acompanhados de uma subidinha bem chatinha.
A esta altura, depois de vários dias de pedal, qualquer subida
já não é bem vinda. A estradinha de terra termina
no asfalto da estrada velha que vai para Campos do Jordão. Se estiver
muito cansado esqueça indicação do caminho e siga
a direita no asfalto e logo a frente em um pequeno trevo entre a esquerda
seguindo as placas Santo Antônio do Pinhal. Se tiver pernas e fôlego
para mais subidas fortes, siga as indicações do caminho.
Vamos seguir uns 3 quilômetros pelo asfalto e depois pegamos uma
agradável e bonita estradinha de terra, que liga bem à frente,
no mesmo asfalto da dica anterior que dei para os mais cansados. A chegada
em Santo Antônio do Pinhal é pelo asfalto. A cidade é
talvez a mais turística do caminho. Se por acaso optar em hospedar
lá e for fim de semana, é importante fazer antes a reserva
em uma pousada ou hotel. A cidade possui uma excelente infra-estrutura
turística, com bons hotéis, pousadas, restaurantes, para
todos os gostos e bolsos. A partir de Santo Antonio do Pinhal as flechas
amarelas e as placas indicativas que foram nossas companheiras durante
todo o caminho praticamente somem. A idéia que passa é que
a prefeitura local não comprou muito a idéia do Caminho
da Fé. Mas isso não atrapalha em nada nossa viagem. O trajeto
até Aparecida do Norte é todo pelo asfalto. Pegamos apenas
uma subida de uns dois quilômetros saindo de S.A. Pinhal. Em seguida,
muita descida. Procure sempre pedalar no acostamento, pois parte do caminho
é pela estrada que liga a Campos do Jordão. O Caminho dos
caminhantes segue pela linha de trem ao lado da estrada. Até tentei
seguir por ela, mas vi que seria um longo trecho de empurra bike e desisti.
A descida termina no posto de polícia rodoviária. Logo em
seguida entre a esquerda no trevo seguindo placas Pindamonhangaba. Daí
em diante é puro pedal na estrada, pois o caminho segue praticamente
plano até Aparecida. Uns dois quilômetros antes de chegar
a Aparecida, o retão termina em uma ponte, a dica é seguir
pela estradinha de terra a esquerda da ponte. E depois na porteira, seguir
pela trilha a direita que atravessa a linha de trem. Chegamos a Aparecida
do Norte por trilha! Muito gostoso. Chegamos a um bairro simples da cidade,
dali é só se informar com algum morador local que em 15
minutos no máximo terminamos a peregrinação de bicicleta
pelo Caminho da fé na imponente Basílica de Aparecida do
Norte. Lá no centro de recepção aos romeiros você
apresentará sua credencial de peregrino e receberá um certificado
que atesta sua participação como Peregrino no Caminho da
Fé."
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